segunda-feira, 11 de maio de 2015

Estudando a Bíblia entre irmãos - A criação pt. II


Olá, pessoal! 

Na semana passada falamos da primeira e iniciamos a segunda narrativa da criação. Hoje concluiremos esta segunda narrativa, e, por ter rendido mais do que o esperado, a terceira narrativa vai ficar para semana que vem! rs Mas vamos lá!

A partir do v. 26 até o v. 2 do capítulo 2 há uma maior riqueza de detalhes na criação do homem, e veremos que na terceira narrativa esta ênfase será ampliada.

Deus criou o homem à sua imagem, conforme a sua semelhança. De início parece que as duas sentenças revelam a mesma verdade, e de fato, revelam. O ser humano manifesta atributos que nenhum outro ser vivo o faz: ele tem a capacidade de agir conscientemente, racionalmente, e não simplesmente por impulso, emoção. Nele foi gerado espírito, que o deu vida (pelo sopro de Deus no homem, o "Ruah"). Isso o torna imagem de Deus. É certo também que hoje vemos no homem uma imagem bem distorcida devido à queda (cenas dos próximos capítulos..rsrs).

Mas é importante entender o motivo das duas sentenças estarem ali presentes. No antigo Oriente Próximo, uma coisa ser imagem de outra denotava igualdade entre ambas. Para evitar este tipo de interpretação - o homem não será igual a Deus nem quando tiver corpo glorificado rs -, é citada a semelhança, e desta forma não há dúvida quanto a natureza humana anterior a queda ser próxima (e não igual) à natureza divina.

Ainda no v. 26 vemos Deus trazendo uma ordenança ao homem, a de dominar o ambiente à sua volta. A palavra que traduz melhor é governar. Que traz o sentido não simplesmente de sujeitar, mas de cuidar, administrar os recurso naturais. Esta é uma ordenança que é muito (muito muito muito...) pouco estudada e explanada em nossas igrejas. O zelo com a criação é também manifestação de obediência ao Criador. Há muitos exemplos de negligência: desperdício de água (uma camisa de algodão demanda cerca de 2700 L de água para ser produzida, você precisa mesmo de todas essas camisas que existem em seu guarda-roupa?), de luz, lixo jogado no chão. Enfim, esta ordenança da correta gerência do meio ambiente dá um post à parte (algum dia abordaremos no #DeTudo1Pouco isso!), quando somos negligentes no cuidado com a criação, desobedecemos a Deus.

Após isso é citada a criação do homem e da mulher, posteriormente abordaremos isso mais a fundo, na terceira narrativa da criação. E então chega uma parte bem curiosa:


"E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.

E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi."

(Gênesis 1:29-30)


Se você ler com cuidado vai perceber que o que Deus deu para mantimento ao homem e aos animais (biólogos, não me batam, eu sei que biologicamente somos animais também, mas vocês me entenderam! rsrs) foi uma dieta sem qualquer carne! Veja que no v. 29 Deus fala ao homem, e no v. 30 ele fala aos animais. Nesse v. 30 pode parecer confuso, mas veja que está escrito "E a todo animal da terra, e a toda ave... e a todo o réptil..." Esse "a" nos mostra que Deus de fato está se referindo das ervas como mantimento para os animais, e não referindo os animais como mantimento para o homem.

Para isso ficar mais claro ainda podemos ir para a aliança que Deus faz com Noé após o dilúvio:

"[...]tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues.

Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde."

(Gênesis 9:2b-3)

"Assim como dei a erva, agora dou os animais a vocês". Na aliança que Deus faz com Noé a carne é incorporada ao cardápio! rs Não há consenso, contudo, quanto ao motivo disso. Há quem creia que foi devido a mudanças climáticas, nas quais a temperatura da terra ficou mais quente, o homem gastava mais energia, e por isso necessitaria da carne. Há também uma linha que diz que seria para não haver morte ou dor. Mas se não encontramos evidências precisas na Bíblia, é porque Deus não nos quis revelar, resta esperar aquele Dia mesmo.. rs

Voltando à segunda narrativa, vemos o final dela nos primeiros versos do capítulo 2. Nele vemos Deus "didaticamente" descansando no sétimo dia (na terceira e última narrativa da criação falaremos mais sobre esse "didaticamente"! rs), nos ensinando que devemos separar um momento para descansarmos, para deixarmos um pouco de lado os afazeres diários e concentrarmos nossos esforços em Deus. Estudar sua palavra, meditar nela, orar... Enfim, esta é uma explicação muito superficial sobre o sábado - o "Shabat", que significa literalmente "descanso" - este é um tema bem mais amplo, e que infelizmente não poderemos nos aprofundar nele...

Bem, então é isso, segunda que vem nos encontramos novamente! Até lá!

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